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sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Repetência escolar pode ser causada por Dislexia de Leitura

Com o final do ano, a repetência escolar alerta pais e professores, mas este pode ser um resultado de distúrbios de aprendizagem, como a conhecida Dislexia de Leitura

São Paulo, 24 de novembro de 2011 –

A deficiência de aprendizado conhecida como Dislexia de Leitura, ou Síndrome de Irlen, atinge mais de 17% da população brasileira e, muitas vezes, é confundida com falta de disciplina ou preguiça de crianças e jovens em idade escolar. No final do ano, com a chegada do boletim escolar, estes problemas são evidenciados e muitos alunos que não tiveram suas dificuldades previamente identificadas terão sérios prejuízos escolares, podendo repetir o ano, ou até em casos mais graves, abandonar a escola.

Para ajudar educadores e profissionais da saúde a identificar o problema,e a tratá-lo adequadamente, a Fundação Hospital de Olhos, em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), criou o projeto Bom Começo,que está chegando a São Paulo no início de dezembro.
Presente em 20 estados brasileiros, esse Projeto é uma ação social destinada a erradicar distúrbios de aprendizagem relacionados à visão – em especial, a Síndrome deIrlen – por meio da capacitação de profissionais das áreas de saúde e educação. Durante um curso com duração de 24 horas/aula,esses profissionais são treinados para identificar o distúrbio e lidar com o problema, de modo a melhorar o desempenho dos alunos em sala de aula.

Pela primeira vez, esse curso será dado em São Paulo, nos dias 01 a 03 de dezembro, no Espaço Metodista (Rua Major Diogo, 285, Bela Vista).

“O  objetivo é mostrar a importância da avaliação da saúde ocular edo processamento cerebral da visão”, explica o oftalmologista Ricardo Guimarães, um dos idealizadores do curso – e do projeto Bom Começo. O projeto já capacitou mais de 1.400 profissionais nopaís, em cerca de 150 municípios, e ajudou milhares de criançascom baixo desempenho escolar. A intenção, segundo Guimarães, é expandir o treinamento, beneficiando um contingente ainda maior de crianças e jovens.
Dividido em aulas teóricas e práticas, o curso é dado em três dias, no horário das 8h às 18h. Destina-se a professores, psicólogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, orientadores educacionais, educadores, pedagogos, psicopedagogos, neurologistas e ortoptistas. Durante as aulas, esses profissionais são habilitados a realizar atriagem diagnóstica e a indicar a intervenção terapêutica adequada ao caso.

O que é
ASíndrome de Irlen é uma hipersensibilidade à luz que causa distorções visuais que interferem na maneira comoa pessoa percebe e processa letras, números e símbolos. Sua causa está relacionada a alterações no processamento cerebral, mas os problemas oculares contribuem para os sintomas. Eles aparecem após o tempo médio de 10 a 15 minutos de leitura, causando estresse visual e inquietude diante da tarefa de estudo, o que pode gerar déficit de aprendizado. Em cerca de 45% dos casos, a Síndrome de Irlen apresenta-se em consonância com a Dislexia e o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH).

Serviço
Inscrições abertas até o dia 28/11;
Local do evento: Espaço Metodista - Rua Major Diogo, 285 - Bela Vista - São Paulo – SP
Horário: 8h às 18h
Data: 01,02 e 03 de dezembro
Mais informações:www.dislexiadeleitura.com.br/ ou (31) 3289-2085

Informaçõespara Imprensa:
PimentaComunicação
ReginaPimenta–regina@pimenta.com / 11-2858-9191
MarianaPassos – mariana@pimenta.comFone: 11-2858.9123
TatianeCunha – tatiane@pimenta.comFone: 11- 2858.9150
Tatiane Cunha
Pimenta Comunicação
tatiane@pimenta.com
55 11 2858-9191

Magna Oliveria Melo- Neuroeducadora e Psicopedagoga- SP
mom@psiccoterapeutas.com.br
Tel- 55 11 2309 8243/ 8117 5807

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Estudos recentes ajudam a melhor entender a dislexia

Estudos recentes ajudam a melhor entender a dislexiaA dislexia é o transtorno de aprendizagem com maior incidência nas salas de aula. Trata-se de um transtorno específico e persistente da leitura e da escrita, caracterizado por um inesperado e substancial baixo desempenho da capacidade de ler e escrever, apesar da adequada instrução formal recebida, da normalidade do nível intelectual e da ausência de déficits sensoriais. Pesquisas realizadas em vários países mostram que entre 5% e 17% da população mundial é disléxica.

O grande impacto desse transtorno na população tem motivado diversos estudos sobre o assunto e algumas pesquisas recentes, como um estudo sobre a dificuldade dos disléxicos de associarem as pessoas às suas vozes, têm ajudado a compreender melhor a sua causa. Novas evidências têm demonstrado que o nível de QI (Quociente de Inteligência) não deve ser considerado para o diagnóstico da dislexia e também estão conduzindo a novas técnicas para o diagnóstico precoce através do uso de neuroimagem.

Como foi mencionado anteriormente, a definição generalizada da dislexia considera que os disléxicos possuem um nível intelectual dentro da normalidade, mas pesquisadores da Universidade de Stanford, nos EUA, comprovaram que pessoas com dificuldade de leitura possuem o mesmo padrão de ativação cerebral, independente do nível de QI. Essa descoberta oferece evidência biológica de que o QI não deve ser enfatizado no diagnóstico de habilidades de leitura, contradizendo a prática comum de utilizar o QI como fator auxiliar para definir e diagnosticar a dislexia.

Para entender melhor o que acontece nos cérebros de pessoas com baixa habilidade de leitura e sua relação com o nível de QI, os pesquisadores se voltaram para recursos de imagem, a ressonância magnética funcional. Para isso eles avaliaram um grupo de 131 crianças com idades entre 7 e 16 anos classificados em três grupos: fraca leitura com QI normal, fraca leitura com baixo QI, e leitura normal com QI normal. Os grupos foram submetidos a um teste envolvendo rimas enquanto passavam pela ressonância magnética.

Os resultados mostraram que os dois grupos de crianças com fraca leitura tiveram um desempenho parecido no teste de rimas, porém muito inferior ao do grupo de crianças com leitura normal. E as imagens indicaram que os padrões cerebrais dos grupos de fraca leitura eram também parecidos na maior parte do tempo, ao contrário do grupo com leitura normal.
Os pesquisadores ressaltam que essa descoberta soma a diversas outras evidências que indicam que uma criança com dificuldade na leitura, independentemente do seu nível de QI, deve ser estimulada a procurar intervenção específica para leitura. Esses novos resultados chegam num momento em que estudos comportamentais recentes mostram que as dificuldades no processamento do sistema sonoro da linguagem, que geralmente leva a dificuldades para conectar os sons da linguagem às letras, são similares em pessoas com baixa habilidade de leitura, independentemente do QI.

Isso fica mais claro em outro estudo recente, que descobriu que pessoas com dislexia têm dificuldade para distinguir pessoas pelas suas vozes. Isso se deve à dificuldade do disléxico de reconhecer as diferenças fonéticas, as propriedades físicas da fala que torna exclusiva a voz de uma pessoa, independentemente do idioma. A causa provável é que eles sofrem de comprometimento fonológico.

Para chegar a essa descoberta, os cientistas do MIT, nos EUA, treinaram pessoas com e sem dislexia para reconhecer as vozes de pessoas falando seus idiomas nativos, no caso o inglês, e também um idioma desconhecido deles, o mandarim. Em cada idioma, os participantes aprenderam a associar as vozes dos falantes a personagens diferentes e depois foram testados na habilidade de identificar corretamente as vozes.

Os cientistas descobriram que os disléxicos eram significativamente piores em consistentemente reconhecer as vozes no idioma inglês, porém eram tão ruins quanto os não disléxicos em reconhecer as vozes no idioma chinês.

O resultado reafirma a teoria de que o déficit da dislexia não está no ato da leitura em si, mas na verdade envolve dificuldades de como os sons da língua falada são ouvidos e processados no cérebro do disléxico. Porém, o que as teorias sobre dislexia ainda não foram capazes de explicar convincentemente, de acordo com os pesquisadores, é por que não há dificuldade aparente na habilidade das pessoas com dislexia de perceber e produzir a fala.
Muitas pesquisas demonstram que pessoas com dislexia têm mais dificuldade de compreender a fala quando existe ruído ao redor. Esses resultados sugerem que a dificuldade de se seguir uma voz específica pode ser parte da causa. Então, professores e demais educadores devem ser sensíveis a isso durante as suas aulas, uma vez que o barulho dos outros alunos pode tornar desproporcionalmente difícil para alunos disléxicos acompanharem o que está sendo ensinado.
Apesar de a dislexia ser uma condição hereditária, segundo o Instituto ABCD, o disléxico responde às intervenções terapêuticas e educacionais específicas, mesmo que lentamente. Somente com intervenções adequadas pode-se melhorar o desempenho em leitura e escrita, que também podem ser beneficiadas por diversos fatores facilitadores como a precocidade do diagnóstico, e o ambiente familiar e escolar.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

O que a Programação Neurolinguística - PNL pode fazer por você?

 A PNL trabalha em diversas áreas e pode você ajudar a:

 
  • Melhorar a auto-estima e confiança. 
  • Re-significar comportamentos e hábitos improdutivos.
  • Atingir mais facilmente os objetivos/metas, como por exemplo, emagrecer, deixar de fumar, etc.
  • Tomar decisões mais produtivas, escolher o melhor caminho.
  • Re-significar experiencias do passado que o impedem de ir adiante e ajudar a construir um caminho mais adequado.Alcançar a transformação que deseja para a sua vida.
  • Re-significar e transformar convicções ou crenças que o impendem atingir suas metas.
  • Tratar fobias, medos e inibições.
  • Reestruturar emoções como raiva  e  ódio.
  • Melhorar  relacionamentos e comunicações.
 

A PNL pode ser utilizada com propósitos terapêuticos ou para aprimorar o desenvolvimento pessoal, profissional e escolar.

 
Magna de Oliveria Melo
Psicopedagoga/ Neuroeducadora/ Mestre em Programação Neurolinguística

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Programação NeuroLinguística e Deficit de Atenção

Uma nova Definição do DDA

Meu teste para descobrir o verdadeiro portador de DDA é dar a ele uma tarefa simples a fazer com a sua mente. Uma destas tarefas é: conseguir uma imagem interna de uma palavra que ele já saiba como soletrar e manter essa imagem fixa enquanto ele soletra a palavra de trás para diante (da direita para a esquerda).
Eu aumento gradualmente o tamanho da palavra até que tenhamos uma palavra bem comprida (dependendo da idade dele). O portador de DDA não será capaz de manter a imagem fixa o tempo suficiente para fazer isto. A palavra vai voar, apagar-se, pular em volta ou simplesmente desaparecer! Ele não pode controlar a imagem.
Algumas pessoas que não são portadores de DDA também não conseguem soletrar palavras ou números de trás para frente. Para eles, entretanto, isso é simplesmente uma questão de aprender como fazer isso e não que a palavra desapareça ou que esteja fora de controle em suas mentes.
Eu encontrei muitos alunos que foram mal diagnosticados com o rótulo do DDA. Os sintomas de comportamento enquadram-se em muitos estudantes os quais estão aborrecidos na escola ou que estão apresentando outros problemas de comportamento. Muitas vezes, ensinando aos alunos como aprender na escola, como se concentrar, como se organizar, como estabelecer prioridades e/ou como ter uma melhor atitude na escola, as causas dos sintomas somem.
Ensinar pais, professores e alunos como se comunicar melhor parece ajudar em muito. Também descobri, que é importante, procurar inicialmente por alergias, principalmente de comida, e verificar a quantidade de açúcar ingerida e/ou comidas tipo lanches e salgadinhos. Também descobri os sintomas do DDA em indivíduos de todas as idades os quais foram infectados com o germe do fungo “Candida Albicans”.
Por causa disto eu adaptei a minha definição do DDA. Para mim, o portador de DDA tem a inabilidade de controlar a sua mente. Ele não consegue controlar a sua mente e não consegue fazer nada sobre isso. Essa inabilidade em controlar a sua mente conduz a todos os sintomas mencionados anteriormente.
O verdadeiro portador de DDA ainda precisa aprender as coisas mencionadas antes como aprender e ter uma melhor atitude própria em relação a escola, etc. Entretanto, antes de aprender essas coisas, eles precisam aprender como controlar suas mentes.
Fonte:http://site.suamente.com.br/intervencoes-da-pnl-que-funcionam-no-disturbio-do-deficit-de-atencao-dda/


Para mais orientações ou informações sobre tratamentos acesse:

http://www.terapiaseaprendizagem.com.br/atendimentos-online

A insustentável levesa da memória

Você confia na sua memória? Tente se lembrar de algum acontecimento traumático na sua vida. Você consegue se lembrar onde estava? Quem estava com você? E como você se sentiu durante o evento? Você provavelmente esteja muito confiante dessas memórias, mas nossas lembranças não são tão precisas quanto nós imaginamos.
Especialistas explicam que a memória muitas vezes não é armazenada de maneira completa ou pode até ser armazenada de maneira equivocada. Além disso, é possível modificar uma memória durante o processo em que ela é recordada e isso até pode ser usado em terapias. Existem até drogas com o poder de apagar totalmente a memória de longo prazo de uma pessoa ou de fortalecê-la.

Elizabeth Phelps, da Universidade de New York nos EUA, explica que memórias de eventos traumáticos são armazenadas principalmente numa região do cérebro chamada de amídala, um centro de processamento de emoções do cérebro particularmente envolvido com o medo. A amídala foca tão pesadamente nas emoções que ela acaba não armazenando adequadamente os detalhes do evento. Estudos de imagem cerebral com voluntários americanos têm demonstrado que, quando eles pensam sobre o ataque às Torres Gêmeas no fatídico 11 de setembro, há uma grande ativação da amídala, enquanto a ativação do parahipocampo, região do cérebro importante para resgatar detalhes, é baixa.

O problema é que essas lembranças falhas podem ter graves consequências, pois às vezes combinamos os detalhes de nossas experiências incorretamente. Um exemplo disso foi o de Donald Thompson, um psicólogo e especialista em memória, que foi acusado de um estupro brutal. Mas por sorte de Thompson, ele tinha um álibi inquestionável. Ele estava dando uma entrevista ao vivo na televisão sobre memórias não confiáveis no momento do crime. A mulher estava assistindo à entrevista quando foi estuprada e acabou confundindo o rosto de Thompson com o do estuprador. De acordo com Daniel Schachter, professor de psicologia em Harvard, esse tipo de memória confiável mal atribuída é uma das causas mais frequentes de acusações erradas.

Nossas memórias mudam toda vez que pensamos sobre um evento do passado. Quando nossos cérebros armazenam memórias, elas passam por um processo de consolidação e, enquanto o processo não é concluído, as memórias permanecem frágeis. Toda vez que recordamos algo, criamos oportunidades de mudar ou atualizar o que resgatamos. Este processo nos permite deixar nossas memórias mais precisas na medida em que adicionamos novas informações a elas, explica o professor da Universidade do Arizona Lynn Nadel.

A reativação da memória pode fortalecer, mudar ou atualizar nossas lembranças, e pode ser usada no tratamento de pessoas que sofrem de distúrbio de estresse pós-traumático. Quando resgatamos memórias e não fazemos nada para diminuir seu impacto, o medo se torna maior, mas quando novas informações são adicionadas à memória, o medo pode diminuir.

Terapias químicas também podem algum dia diminuir o impacto emocional negativo das memórias. Em 2006, o pesquisador Todd Sacktor, descobriu uma proteína responsável pelo processo de armazenar memórias de longo prazo. Pesquisas indicaram que aplicando mais dessa proteína fez com que memórias de longo prazo fossem fortalecidas.

Pesquisadores desenvolveram uma droga, chamada de ZIP, que inibe essa proteína e, em testes feitos com ratos, permitiu com que eles apagassem as memórias de longo prazo desses ratos. Tratamentos usando essa droga, o ZIP, seriam antiéticos em humanos, pois os pesquisadores não conseguem atacar uma memória específica e, consequentemente, apagariam todas as memórias de longo prazo de uma pessoa.

Mesmo sabendo que não podemos confiar cegamente em nossa memória, é importante lembrarmos que nossa habilidade de memorizar pode ser melhorada com a prática e o treino frequente com jogos de memória é uma ótima maneira de exercitarmos essa habilidade tão importante para nossas vidas.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Que som é esse?

Crianças com dislexia têm dificuldade em diferenciar a língua falada de outros ruídos

Dentro da sala de aula os sons se misturam: conversas em voz alta, barulho de papel e arrastar de cadeiras, e, ainda assim, a maioria das crianças consegue acompanhar a voz do professor. Porém, para vários alunos com dificuldades de leitura isso não acontece. O que foi dito se perde em meio ao barulho, e eles não conseguem distinguir todos os outros sons a sua volta.

Segundo neurocientistas da Universidade Northwestern, nos Estados Unidos, a raiz do problema está no tronco encefálico: em crianças disléxicas essa área aparentemente não reage bem. Os pesquisadores estudaram 30 crianças com idade entre 8 e 13 anos, das quais metade sofria de distúrbios de leitura.

Os participantes assistiram a um filme escolhido por eles ao mesmo tempo que ouviam a sílaba “da” no fone de ouvido. Com a ajuda de eletrodos os pesquisadores registraram a atividade cerebral das crianças. Em um segundo teste, os voluntários repetiam frases inteiras que lhes eram ditas, e o volume do barulho que estava ao fundo, usado para distraí-los, aumentava gradativamente.

Os resultados foram os esperados: apesar de todas as crianças terem se concentrado no filme, o cérebro dos voluntários sem distúrbios percebeu a sílaba pronunciada com grande exatidão, fato percebido pela linearidade do padrão no eletroencefalograma (EEG). Em crianças com dislexia, esse sinal não ocorreu e o desempenho no segundo teste foi pior do que nas demais.

O tronco encefálico funciona como primeiro ponto de conversão de sinais acústicos depois que o ouvido interno transformou as ondas sonoras em impulsos elétricos. Crianças disléxicas aparentemente têm nesse estágio inicial do processamento sensorial problemas relevantes para diferenciar a fala de outros ruídos ambientes, explica o neurocientista Bharath Chandrasekaran, coordenador do estudo.

Essas descobertas podem explicar o resultado de outros estudos que demonstraram que a dislexia muitas vezes surge associada a uma percepção acústica ruim da fala. Os pesquisadores sugerem que os professores podem ajudar crianças com esse distúrbio: alunos disléxicos deveriam sentar-se na frente do professor para acompanhar melhor a explicação e, em casos mais graves, usar aparelho auditivo adaptado.

viver  mente e cérebro- agosto de 2010







sexta-feira, 6 de maio de 2011

Déficit de atenção - Uso exagerado do medicamento para TDAH

PATRÍCIA BRITTO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Quase 75% das crianças e dos adolescentes brasileiros que tomam remédios para deficit de atenção não tiveram diagnóstico correto.
O dado é de um estudo de psiquiatras e neurologistas da USP, Unicamp, do Instituto Glia de pesquisa em neurociência e do Albert Einstein College of Medicine (EUA), que será apresentado no 3º Congresso Mundial de TDAH (transtorno de deficit de atenção e hiperatividade), no fim do mês, na Alemanha.
A pesquisa colheu dados de 5.961 jovens, de 4 a 18 anos, em 16 Estados do Brasil e no Distrito Federal.
Os autores aplicaram questionários em pais e professores para identificar a ocorrência do transtorno, tendo como base os critérios do DSM-4 (manual americano de diagnóstico em psiquiatria).
As informações foram comparadas aos relatos dos pais sobre o diagnóstico que seus filhos receberam de outros profissionais, antes do período das entrevistas.
Só 23,7% das 459 crianças que haviam sido diagnosticadas com deficit de atenção realmente tinham o transtorno, segundo os critérios do manual. Das 128 que tomavam remédios para tratá-lo, só 27,3% tinham o problema, segundo os pesquisadores.
"Isso mostra que há muitos médicos prescrevendo o remédio, mas que não conhecem bem o problema", diz o neurologista Marco Antônio Arruda, coautor do estudo e diretor do Instituto Glia.
O remédio usado para tratar o transtorno é o metilfenidato, princípio ativo da Ritalina e do Concerta. A substância é da família das anfetaminas e age sobre o sistema nervoso central, aumentando a capacidade de concentração.
Entre os efeitos colaterais causados pela droga estão taquicardia, perda do apetite e o desenvolvimento de quadro bipolar ou psicótico em pessoas com predisposição.

Ouça a entrevista do neurologista Marco Antônio Arruda para a rádio CBN.
Magna Oliveria Melo
Neuroeducadora e Psicopedagoga

Déficit de atenção - Uso exagerado do medicamento para TDAH - (áudio) Pesquisa mostra que 75% dos usuários de medicamentos para deficit de atenção teve diagnóstico errado

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Palestras


Ø  Sim, seu filho pode fazer as lições de casa, sem estresse. (gratuita)
Ø  Por que os alunos não prestam atenção nas aulas? 
Ø  Como saber se o aluno é preguiçoso ou se tem mesmo dificuldades de aprendizagem?
Ø  Como agir com os alunos com Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH).
Ø  Memória e aprendizagem, o que é preciso saber.
Ø  Dislexia de Leitura: Síndrome de Irlen.  O que é e como tratar.  (gratuita)

terça-feira, 26 de abril de 2011

Adolescentes

Como lidar com filhos adolescentes?
Walkyria Coelho
Estamos vivendo uma época em que há uma transitoriedade em vários aspectos da nossa sociedade, o que proporciona um clima de impermanência e incerteza, que afeta a nossa vida em todos os sentidos, especialmente no convívio familiar. Educar adolescentes é uma tarefa desafiadora, questionadora, emocionante e de grande aprendizado tanto para os pais como para os filhos.

Os adolescentes querem emoção, vibração, privacidade, independência, ou seja, os privilégios do adulto, sem que deem provas de já terem competência e maturidade para merecê-las. Mas, no fundo do coração, os jovens querem amor, respeito e aceitação por parte dos familiares.
A maioria dos pais acredita que educar um adolescente é um processo cansativo, assustador. Quantas vezes não escutamos comentários do tipo “Por que os adolescentes não vêm com um manual de operação?” ou “Desisto! Nada funciona com ele!", etc...

Ser pai e mãe é apresentar o jovem a si mesmo e ao mundo, com amor atenção e respeito. Quem vai querer conselhos de alguém que não entende seus conflitos? Dizer que o jovem está exagerando, fazendo tempestade em copo d’água pode ser visto por ele como um uso de superioridade e condescendência para esconder que, na verdade, você não sabe do que ele está falando e não entende o que ele está sentindo.
Em Programação Neurolinguística utilizamos muito o rapport, que significa uma mudança de atitude diante do outro, do mundo e de si mesmo. Trata-se de um processo de transformação e mudança através da comunicação e da utilização da linguagem que amplia a capacidade de enxergar e compreender as pessoas pela sua forma de pensar, sem críticas ou julgamentos.

Todos já fomos adolescentes, e temos experiências que nos ajudam a compreender esse momento pelo qual nossos filhos estão passando. Ampliar nossa capacidade de percepção e compreensão, somado a boas doses de respeito e tolerância, já é um grande passo para melhorar o relacionamento e permitir uma comunicação mais eficaz e, como consequência, fortalecer e trazer mais qualidade ao relacionamento pai e filho.

E um bom relacionamento entre pais e filhos consiste sobretudo na possibilidade dos pais crescerem junto com cada filho, respeitando e acompanhando a passagem dessa fase tão complexa e difícil que vai da dependência quase total do bebê para a crescente autonomia e independência do filho já quase adulto.
* Walkyria Coelho é psicóloga e instrutora da SBPNL – Sociedade Brasileira de Programação Neurolinguística

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Timidez


A timidez é caracterizada por uma inibição das crenças de capacidades. Todas as vezes que o individuo se acredita incapaz em qualquer modelo de incapacidade, existe uma timidez. Esta incapacidade vai levá-lo a sentir uma insegurança a respeito do  próprio desempenho, a respeito da sua própria pessoa e passar a não ter mais confiança e segurança para se entregar na sua performance. Um grande problema do tímido é o medo que de ficar a mercê dele mesmo porque pensa que pode na hora H dar errado, isso por causa da inibição que a pessoa tem nas suas crenças de capacidade e de identidade. Vai que ela não da conta do recado e se deixa na mão. A insegurança vem exatamente por causa disso, e  o que vai acontecer?

A pessoa  tímida se tornará desconfiada.

Essa desconfiança é um movimento de duas direções, ele desconfia dos outros assim como  dele mesmo, de tal maneira que  poderá viver com medo, inseguro,  temendo pela seu bem estar e  sua segurança. Se  ele sente-se  incapaz,  impotente, tenderá a mudar o roteiro da sua vida para  garantir-lhe a segurança.

A timidez é bem complexa, existe em vários graus e direções,   age de maneiras diferentes em cada pessoa com este comportamento tímido, como na capacidade,  na compreensão e também moral. Além disso,  tudo isso depende de uma série de fatores biopsicossociais.

Magna o. Melo

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Não consegue lembrar informações? As lateralidades cerebrais podem estar desajustadas.


Temos duas lateralidades cerebrais, a lateralidades  esquerda e a lateralidade direita no cérebro, cada uma dessas lateralidades tem uma tela mental, ou seja, uma representação interna própria que constrói  imagens, podendo ter sons e sentimentos. São projeções holográficas em local fora do cérebro,  que nós  neuroeducadores chamamos de tela mental.
Muitas vezes essas telas mentais estão funcionando inadequadamente ou há um conflito entre elas. Podem estar desajustadas  por assim dizer, e esse desajustes  causam dificuldades em vários níveis, inclusive na aprendizagem. Podem também estar desligadas, ou sejam,  não funcionam.  
Às vezes uma lateralidade domina a outra, há uma dominância da percepção visual também.  É mais comum  que  uma pessoa destra  tenha dominância no olho direito, na perna direita, etc e a canhota no olho esquerdo, na perna esquerda. A lateralidade cerebral é cruzada, por isso o lado direito do cérebro domina o esquerdo e vice versa. No quiasma ótico há esse cruzamento, parte da informação cruza e parte da informação é direta, que é a visão periférica.
Tudo isso se relaciona diretamente na atenção das informações que recebemos e como a acessamos na memória. O desajuste entre as lateralidades e a tela mental desorganiza o foco de atenção.
Podemos dizer que temos a primeira atenção e a segunda atenção, a primeira você capta todas as informações e a segunda você capta por tabela. Quando uma pessoa desfoca o olhar pode desconfiar de que a pessoa não esta prestando atenção com sua primeira atenção, desviando sua atenção para alguma outra coisa. Muitos alunos fazem isso na sala de aula, não conseguem manter a atenção na aula, mantem a atenção em outro pensamento ou situação e observa a aula com a segunda atenção, por isso muitas vezes não consegue lembrar-se do que estudou.
Há pessoas que são programadas para desligar a primeira atenção quando alguém começa a falar. Geralmente é um mecanismo de defesa dela. A pessoa olha, parece que está prestando atenção, responde às vezes, mas na realidade está mergulhada em outro assunto. Esse comportamento pode transformar-se num habito inconsciente, e não conseguir mais prestar atenção ou lembrar de informações que ouviu, nem se esforçando  consegue, pois gerou um vício no comportamento, não  presta atenção com sua primeira atenção e a desliga. O foco de atenção fica com percepção periférica. Percebe tudo a sua volta, mas o foco torna-se difuso, pegando partes de varias informações irrelevantes.
A pessoa diz que presta atenção, que ouve tudo, mas não sabe que está usando apenas sua segunda  atenção e esta não tem tanta força suficiente para guardar eficazmente as informações.
Uma pessoa só é capaz aprender e se aprofundar em algo quando mantem  atenção com a primeira atenção  naquilo que vai aprender.
Para acessarmos nosso arquivo de memórias é necessário que o foco de atenção tenha força eficiente. A segunda atenção não tem a mesma força de  manter o arquivo na tela mental, pega-se somente partes da informação e cada informação vai  ancorando-se a informações diferentes. Por exemplo, o aluno fazendo prova, se não estudou a matéria com a primeira atenção, vai lembrar apenas partes do que estudou e  uma palavra ou imagem, vai lembrar-se de outra coisa, e é o suficiente para acessar outros pensamentos,  podendo esquecer totalmente o que estava fazendo.


Magna de Oliveira Melo
Mais informações, orientações ou atendimentos, acesse:

http://www.terapiaseaprendizagem.com.br/atendimentos-online

quarta-feira, 30 de março de 2011

Terapias


O trabalho terapêutico individualizado com a neuroeducação tem como objetivo  possibilitar que a pessoa possa se reorganizar em suas estruturas neurológicas, a fim de fornecer  meios eficazes para sua total funcionalidade cerebral.
 “neuroprograma” as dificuldades  ou sensações que foram armazenada no cérebro de forma improdutiva.



·         Falta de Foco / Falta de atenção
·         Memória e esquecimento
·         Bloqueios
·         Timidez e Baixa autoestima
·         Dificuldade em aprender idiomas estrangeiros
·         Dificuldades com leitura
·         Procrastinação - Preguiça
·         Medos e fobias
·         Indisciplina
·         Apresentação de Trabalhos e monografias e
insegurança ou medo de falar em público
As sessões são realizadas de forma simples e objetiva, com crianças, adolescentes ou adultos. Costumam ter duração de aproximadamente cinquenta minuto a uma hora.

Preguiça é normal?

Nem sempre! Aquela preguicinha, como a vontade de não fazer nada que  acontece num final de semana é merecida e podemos desfrutar dela sim!


 O problema é que muitas vezes a preguiça não para por aí, ela insiste em ficar mais tempo ou permanecer muito tempo. Embora existam algumas linhas que afirmam que a preguiça não existe, uma pessoa, por exemplo, que não se compromete com nada, ou seja, quando  tem uma responsabilidade  não cumpre,   ou que tem o hábito de adiar os deveres até não ter mais como procrastinar, diz que vai começar se exercitar mas nunca começa, evita compromissos sociais, etc, pode sim estar sofrendo com uma preguiça emocional, moral, mental ou física
 A preguiça é sempre uma mascara que impede que a pessoa faça algo que  quer fazer. Esse comportamento deve ser desmascarado o quanto antes, pois  pode gerar um vício improdutivo e portanto devemos  combate-lo a todo custo. 


Ninguém tem esses comportamentos de preguiça por que quer, há uma sempre uma ou mais causas por trás deste comportamento. 
Tenho recebido clientes que sofrem de preguiça a tempos sem saberem que seria possível  livrar-se dela e assim foram deixando sua vida para depois,  tornando-a improdutiva, procrastinando muitas coisas que poderiam fazer sem tanto sofrimento.
 A procrastinação poderá ser um sinal de preguiça emocional e de preguiça moral também. A pessoa não tem força moral para encarar um desafio que vai causar-lhe uma emoção que ela não suporta sentir. Como ela não suporta sentir essas emoções acaba sempre fugindo de situações que possam desencadeá-la. As preguiças  precisam ser pesquisadas e tratadas.


Magna Oliveira Melo
Neuroeducadora

quarta-feira, 23 de março de 2011

Controle das emoções com PNL

A saúde mental depende de aprendizado
 emocional. Muitos dos problemas mentais estão relacionados com a organização dos sentimentos. As emoções devem trabalhar em prol dos objetivos e não ditar as regras do jogo.
Evitar sentimentos é uma atitude mal planejada. O importante é entender, perceber e diferenciar qual é a estrutura lógica dos sentimentos para poder ter  escolha de mudar e de se libertar das emoções limitantes. Assim, podemos decidir por aquela mais desejável, refletindo sobre o que fazer a respeito, modificando, ressignificando a interpretação da situação que dispara a emoção indesejada.
De acordo com Damásio (1996), é o quadro referencial das emoções que seleciona as melhores opções, e se não houver conhecimento das emoções, não haverá a referência de que o cérebro necessita para fazer as melhores escolhas.
As emoções têm muita influência sobre a razão e só conhecendo-as se torna possível escolher, controlar, decidir e adotar uma atitude mais produtiva. Somos seres racionais e isto quer dizer que devemos usar a razão em prol também de nossas decisões emocionais. O ser humano tem toda a capacidade de pensar sobre fazer, planejar como fazer e aprender com o que fazer. Somos exatamente o fruto destas decisões e destas escolhas.
A Programação Neuro linguística  ajuda a ressignificar tais emoções e trazer  uma  nova interpretação para fatos que tanto limitam um ser humano a ter uma vida mais produtiva. 
Segundo Richard Bandler, o criador da Programação neuro linguística, construir um mundo pessoal para si mesmo que lhe oferecerá a liberdade e o poder de dirigir sua experiência emocional por caminhos que preservem seu bem estar, levando-o a ser e expressar plenamente o que realmente é, pois somente quando você se liberta dá a oportunidade de ser o que você realmente é. 

Magna de Oliveira Melo
Neuroeducadora
55-11-81175807

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Neuroeducação: Em busca da genialidade pessoal

Neuroeducação by Susan Leibig

Este estudo sobre a genialidade humana é resultado teórico/prático de pesquisas sobre a tríade - Consciência, Mente e Cérebro - e tem como foco de trabalho a malha de informações do sistema mental. Baseado no conceito do mapa holográfico cerebral, permite possibilitar as matrizes lógicas do sistema mental ao seu potencial máximo de genialidade.

A Neuroeducação foi desenvolvida pensando em tornar - o ato de estudar, freqüentar a escola, ler livros, prestar atenção nas aulas, pensar, aprender coisas novas - algo muito interessante, fácil, prazeroso e ao alcance de todos.

Muitas pessoas vêm sendo trabalhadas com a Neuroeducação, tanto para eliminar incapacidades de aprendizagem como para expandir conhecimentos específicos. Entre tantas outras necessidades, foram atendidas dificuldades para aprender línguas estrangeiras, tocar instrumentos musicais, memorizar muitas informações ao mesmo tempo, concentrar para prestar atenção em uma aula, estudar ou ler, aprender matérias de conteúdo complexo e que exigem aplicação como matemática, física, química etc., além da preguiça em todas as suas modalidades e a falta de motivação.

Esta tecnologia foi aplicada, experimentalmente, nos alunos de uma escola de ensino médio aqui de São Paulo - SP. Da 5a. à 8a. séries, todos os alunos que apresentavam baixo rendimento escolar e quiseram ser trabalhados, foram encaminhados para terem o seu sistema mental reestrurado.

Os resultados obtidos foram muito bons. Tivemos poucos casos com resultados modestos, quatro adolescentes que desistiram logo nas primeiras sessões de atendimento. Cada um dos outros, depois de trabalhados, tem uma história de sucesso para contar! É muito gratificante verificar as mudanças para melhor - prazer em estudar, vontade de aprender, facilidade de entendimento e raciocínio, concentração, senso de responsabilidade, pró-atividade, interesse, curiosidade, etc.

Como conhecer o cérebro dos disléxicos

Vicente Martins


A dislexia é tema de novela da Globo. O papel de disléxica em "Duas Caras" cabe à atriz Bárbara Borges, que vive Clarissa, uma jovem que tem o sonho de ser juíza, mas sempre enfrentou dificuldades leitoras. Com o apoio da mãe, ela passará no vestibular para o curso de direito. Assim como Clarissa, os disléxicos são pessoas normais que, surpreendentemente, no período escolar, apresentam dificuldades em leitura e, em geral, problemas, também, com a ortografia e a organização da escrita. Como ajudar pais, especialmente mães, de disléxicos? O presente artigo mostra como os pais, docentes e psicopedagogos, conhecendo o cérebro dos disléxicos, poderão ajudá-los a ler e compreender o texto lido.

A leitura, como sabemos, seja para disléxicos ou não, é uma habilidade complexa. Não nascemos leitores ou escritores. O módulo fonológico é o único, no genoma humano, que não se desenvolve por instinto. Realmente, precisamos aprender a ler, escrever e a grafar corretamente as palavras, mesmo porque as três habilidades lingüísticas são cultural e historicamente construídas pelo homo sapiens.

A leitura só deixa de ser complexa quando a automatizamos. Como somos diferentes, temos maneiras diferentes de reconhecer as palavras escritas e, assim, temos diferenças fundamentais no processo de aquisição de leitura durante a alfabetização. Esse automatismo leitor exige domínios na fonologia da língua materna, especialmente a consciência fonológica, isto é, a consciência de que o acesso ao léxico (palavra ou leitura) exige conhecimentos formais, sistemáticos, escolares, gramaticais e metalingüísticos do princípio alfabético do nosso sistema de escrita, que se caracteriza pela correspondência entre letras e fonemas (vogais, semivogais e consoantes). A experiência de uma alfabetização exitosa é importante para nossa educação leitora no mundo povoado de letras, literatura, poesia, imagens, ócones, símbolos, metáforas e diversidade de mídias e textos.

A compreensão do valor da leitura em nossas vidas, especialmente, na sociedade do conhecimento, é base para desmistificarmos o conceito inquietante da dislexia e do cérebro dos disléxicos. A dislexia não é doença, mas compromete o acesso ao mundo da leitura. A dislexia parece bloquear o acesso de crianças especiais à sociedade letrada. Deixa-os, então, lentas, dispersas, agressivas e em atraso escolar. Os docentes, pais e psicopedagogos que lidam com disléxicos devem seguir, então, alguns princípios ou passos para atuação eficiente com aqueles que apresentam dificuldades cognitivas na área de leitura, escrita e ortografia. Vamos descrever cada um deles a seguir.

O primeiro princípio ou passo é o de se começar pela descrição e explicação da deslexia. Uma criança com deficiência mental, por exemplo, não pode ser apontada como disléxica, porque a etiologia de sua dificuldade é orgânica, portanto, de natureza clínica e não exclusivamente cognitiva ou escolar. Claro, é verdade que um adulto, depois de um acidente vascular cerebral, poderá vir apresentar dislexia. Nesse caso, trata-se, realmente, de uma dislexia adquirida, de natureza neurolingüística e que só com o apoio médico é que podemos intervir, de forma plurisdisciplinar e, adequadamente, nesses casos.

Assim, tanto para a dislexia desenvolvimental (também chamada verdadeira porque uma criança já pode herdar tal dificuldade dos pais) como para a dislexia adquirida (surge após um AVC ou traumatismo), importante é salientar que os docentes, pais e psicopedagogos, especialmente estes últimos, conheçam melhor os fundamentos psicolingüísticos da linguagem escrita, compreendendo, assim, o processo aquisição da habilidade leitora e os processos psicológicos envolvidos na habilidade. Realmente, sem o conhecimento da arquitetura funcional, do que ocorre com o cérebro dos disléxicos, durante o processamento leitor, toda intervenção corre risco de ser inócua ou contraproducente.

Os processos leitores que ocorrem nos cérebros dos leitores, proficientes ou disléxicos, podem ser descritos através de quatro módulos cognitivos da leitura: (1) módulo perceptivo, como o nome sugere, refere-se à percepção, especialmente a visual, importante fator de dificuldade leitora; (2) módulo léxico, nesse caso, refere-se, por exemplo, ao traçado das letras e a memorização dos demais grafemas da língua (por exemplo, os sinais diacríticos como til, hífen etc.); (3) módulo sintático, este, tem a ver com a organização da estruturação da frase, a criança apresenta dificuldade de compreender como as palavras se relacionam na estrutura das frases (4) módulo semântico, este, diz respeito, pois, ao significado que traz as palavras nos seus morfemas (prefixos sufixos etc.)

Não é uma tarefa fácil conhecer o cérebro dos disléxicos. Por isso, um segundo passo é o aprofundamento dos fundamentos psicolingüísticos da lectoescrita. A abordagem psicolingüística (associando a estrutura lingüística dos textos aos estados mentais do disléxico) é um caminho precioso para o entendimento da dislexia, uma vez que apresenta as conexões existentes entre questões pertinentes ao conhecimento e uso de uma língua, tais como a do processo de aquisição de linguagem e a do processamento lingüístico, e os processos psicológicos que se supõe estarem a elas relacionados. Aqui, particularmente é bom salientar que as dificuldades lectoescritoras são específicas e bastante individualizadas, isto é, os disléxicos são incomuns, diferentes, atípicos e individualizados com relação aos demais colegas de sala de aula bem como aos sintomas manifestados durante a aquisição, desenvolvimento e processamento da linguagem escrita.

Nessas alturas, todos que atuam com os especiais devem pensar o que pode estar ocorrendo com os disléxicos em sala de aula. Os métodos de alfabetização em leitura levam em conta as diferenças individuais? Os métodos pedagógicos, com raras exceções, se propõem a ser eficientes em salas de crianças ditas normais, mas se tornam ineficientes em crianças especiais. Por isso, cabe aos docentes, em particular, e aos pais, por imperativo de acompanhamento de seus filhos, entender melhor sobre os métodos de estudos adotados nas instituições de ensino. Os métodos de alfabetização em leitura são determinantes para uma ação eficaz ou ineficaz no atendimento educacional especial aos disléxicos, disgráficos e disortográficos. A dislexia é uma dificuldade específica em leitura, e como tal, nada mais criterioso e necessário do que o entendimento claro do processo da leitura ou do entendimento da leitura em processo.

Não
menos importantes do o entendimento dos métodos de leitura, adotados nas escolas, devem ser objeto de preocupação dos educadores, pais e psicopedagogos, as questões conceituais, procedimentais e atitudinais sobre a dislexia, disgrafia e disortografia. O que pensam as escolas sobre as crianças disléxicas? O que sabem seus professores e gestores educacionais sobre dislexia? Mais do que simples rótulos das dificuldades de aprendizagem da linguagem escrita, a dislexia é uma síndrome ou dificuldade revestida de conceitos lingüísticos, psicolingüísticos, psicológicos, neurológicos e neurolingüísticos fundamentais para os que vão atuar com crianças com necessidades educacionais especiais. Reforça-se, ainda, essa necessidade de compreender, realmente, o aspecto pluridisciplinar da dislexia, posto que muitas vezes, é imperiosa a interlocução com outros profissionais que cuidam das crianças, como neuropediatras, pediatras, psicólogos escolares e os próprios pais das crianças.

Na maioria dos casos de dislexia, disgrafia e disortografia, a abordagem mais eficaz no atendimento aos educandos é a psicopedagógica (ou psicolingüística, para os lingüistas clínicos) em que o profissional que irá lidar com as dificuldades das crianças aplicará à sua prática educacional aportes teórico-práticos da psicopedagogia clínica ou institucional aliados à pedagogia e à psicologia cognitiva e à psicologia da educação. São os psicolingüistas que se voltam para a explicação da dislexia e suas dificuldades correlatas (disgrafia, dislexias). Hipóteses como déficits de memória e do princípio alfabético (fonológico) são apontados, pelos psicolingüistas, como as principais causas da dislexia.

O terceiro passo para os que querem entender mais sobre dislexia é dar especial atenção à avaliação das dificuldades lectoescritoras. A avaliação deve ser trabalhada como ato ou processo de coletar dados a fim de se melhor entender os pontos fortes e fracos do aprendizado da leitura, escrita e ortografia dos disléxicos, disgráficos e disortográficos. Enfim, atenção dos psicopedagogos deve dirigir-se à avaliação das dificuldades em aquisição da linguagem escrita. Nesse sentido, um caminho seguro para a avaliação da dislexia, disgrafia e disortografia é pela via do reconhecimento da palavra. O reconhecimento da palavra começa pela identificação visual da palavra escrita. Depois do reconhecimento da palavra escrita, deve ser feita avaliação da compreensão leitora, especialmente no tocante à inferência textual, de modo que levando a efeito tais procedimentos, ficarão mais explícitas as duas etapas fundamentais da leitura e de suas dificuldades: decodificação e compreensão leitoras.

O quarto e último passo para o desenvolvimento de estratégias de intervenção nos educandos com necessidades educacionais especiais em leitura, disgrafia e disortografia é o de observar qual dos módulos (perceptivo, léxico etc.) está apresentando déficit no processamento da informação durante a leitura. Portanto, é entendermos como o cérebro dos disléxicos funciona durante o ato leitor. Neste quarto passo, é imprescindível um recorte das dificuldades leitoras. A dislexia não é uma dificuldade generalizada de leitura, ou seja, não envolve todos os módulos do processo leitor.

Descoberto o módulo que traz carência leitora, através de testes simples como ditado de palavras familiares e não-familiares, leitura em voz alta, questões sobre compreensão literal ou inferência textual, será mais fácil para os psicopedagogos, por exemplo, atuar para compensar ou sanar, definitivamente, as dificuldades leitoras que envolvem, por exemplo, aspectos fonológicos da decodificação leitora e da codificação escritora: o princípio alfabético da língua materna, isto é, a correspondência letra-fonema ou a correspondência fonema-letra.

Se o que está afetado refere-se ao campo da compreensão, os psicopedagogos poderão propor atividades com conhecimentos prévios para explorar a memória de longo prazo dos disléxicos que se baseia no conhecimento da língua, do assunto e do mundo (cosmovisão). Quando estamos diante de crianças disléxicas com as dificuldades relacionadas com a compreensão estamos, decerto, diante de casos de leitores com hiperlexia, parafasia, paralexia ou, se estão, também, superpostas dificuldades em escrita, ao certo, estaremos diante de escritores também hiperlexia, parafasia, paragrafia, termos clínicos, mas uma vez explicados, iluminarão os psicopedagogos que atuam com disléxicos e disgráficos. A paralexia é dificuldade de leitura provocada pela troca de sílabas ou palavras que passam a formar combinações sem sentido. A parafasia é distúrbio da linguagem que se caracteriza pela substituição de certas palavras por outras ou por vocábulos inexistentes na língua. A ciência e a terminologia, realmente, apontam, mais, claramente, as raízes dos problemas ou dificuldades na leitura, escrita e ortografia.

1. ALLIEND, G. Felipe, CONDEMARÍN, Mabel. Leitura: teoria, avaliação e desenvolvimento. Tradução de José Cláudio de Almeida Abreu. Porto Alegre: Artes Médicas, 1987.
2. COLOMER, Teresa, CAMPS, Anna. Ensinar a ler, ensinar a compreender. Tradução de Fátima Murad. Porto Alegre: Artes Médicas, 2002.
3. CONDEMARÍN, Mabel e MEDINA, Alejandra. A avaliação autêntica: um meio para melhorar as competências em linguagem e comunicação. Tradução de Fátima Murad. Porto Alegre? Artmed, 2005
4. CONDEMARÍN, Mabel, BLOMQUIST, Marlys. Dislexia: manual de leitura corretiva. Tradução de Ana Maria Netto Machado. Porto Alegre: Artes Médicas, 1989.
5. GARCIA, Jesus Nicacio. Manual de dificuldades de aprendizagem: linguagem, leitura, escrita e matemática. Tradução de Jussara Haubert Rodrigues. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.
6. HOUT, Anne Van; ESTIENNE, Françoise. Dislexias: descrição, avaliação, explicação, tratamento. Tradução de Cláudia Schilling. 2ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2001.
7. JAMET, Eric. Leitura e aproveitamento escolar. Tradução de Maria Stela Gonçalves. São Paulo: Loyola, 2000.
8. LECOURS, André Roch, PARENTE, Maria Alice de Mattos Pimenta. Dislexia: implicações do sistema de escrita do português. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997.
9. MARTINS, Vicente. A dislexia em sala de aula. In: PINTO, Maria Alice (org.). Psicopedagogia: diversas faces, múltiplos olhares. São Paulo: Olho d'Água, 2003.
10. STERNBERG, Robert J; GRIGORENKO, Elena L. Crianças rotuladas: o que é necessário saber sobre as dificuldades de aprendizagem. Tradução de Magda França Lopes. Porto Alegre: Artmed, 2003.

Vicente Martins é professor da Universidade Estadual Vale do Acaraú(UVA), em Sobral, Estado do Ceará. E-mail: vicente.martins@uol.com.br

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Novo livro da Neuroeducação

Com esta obra o educador terá em mãos uma ferramenta para melhor se aproximar dos alunos e ajudá-los em suas dificuldades de aprendizagem, de forma eficiente e rápida, como há muito se sonha fazer na escola.