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sexta-feira, 17 de setembro de 2010

O que os pais podem fazer- 1ª parte

O que os pais podem fazer
quando seus filhos têm problemas na escola
 Don A. Blackerby Ph.D.
Uma das maiores frustrações para os pais é descobrir que seus filhos têm dificuldades na escola. A maioria dos pais não sabe o que fazer nem onde buscar auxílio. A maneira mais óbvia de encontrar esse auxílio seria falar com os professores, na própria escola. No entanto, muitas vezes, os professores também não sabem o que fazer. Parte do problema deve-se ao fato de que os professores não são treinados extensivamente para lidar com alunos que têm dificuldades. Esse é um problema muito complexo, e com muitas causas.
A culpa está em toda parte. Todos apontam o dedo para alguém, como sendo o responsável pelo problema. Os pais, muitas vezes, culpam os professores ou o sistema escolar. Os professores, muitas vezes, culpam os pais, a falta de apoio familiar, ou a falta de fundos para adquirir material e livros. TODOS culpam o aluno. Eles acusam o estudante de não fazer o esforço necessário, ou de ser preguiçoso, ou de não ligar para a escola. Freqüentemente, eles rotulam o aluno como incapaz de aprender e o colocam em classes especiais. Enquanto isso, o aluno continua com problemas, e o nível de frustração de todos continua a crescer.
A maioria das soluções busca a mudança de comportamento e de ambiente do aluno. Nós podemos ensiná-lo, cortar-lhe os programas de TV, fazê-lo estudar por mais tempo, ou monitorar seu trabalho escolar para garantir que o mesmo seja realizado. Às vezes, mudamos de professores ou de escola, ou levamos o aluno a fazer seu trabalho de casa num local diferente, ou em horários diferentes. Na maioria das vezes, essas tentativas não trazem qualquer solução a longo prazo. Produzem uma grande quantidade de policiamento por parte dos pais e muito desacordo entre o aluno e seus pais. Isso fere sentimentos e causa ainda mais frustração tanto para os pais como para o estudante.
Talvez seja a hora de buscar soluções em lugares diferentes. Talvez, a verdadeira resposta sobre como ajudar os alunos com dificuldade não esteja em mudar seu comportamento ou ambiente, mas sim na maneira como o estudante percebe a escola e o aprendizado. Em minha opinião, existem cinco áreas básicas, dentro das quais se originam os problemas escolares. São elas:
·         Atitude inadequada em relação à escola,
·         Falta de conhecimento sobre como aprender,
·         Falta de motivação,
·         Suposição de intenção negativa
·         Reação inadequada dos pais e dos professores.
ATITUDE: Certifique-se de que o aluno tem uma maneira adequada de pensar SOBRE a escola e o aprendizado, ou SOBRE certos assuntos. A forma como um aluno pensa sobre a escola define a existência ou inexistência de sentido da mesma. Se a escola não tiver significado positivo, ela se torna uma incubadora de problemas de comportamento. Eu uso uma metáfora: "Não saber o que significa a escola é como armar um quebra-cabeças sem olhar a figura da caixa. Sem esta, as peças, individualmente, não têm significado algum. Quando se observa a figura da caixa, vê-se de que maneira as peças devem ser combinadas – e de que maneira as diferentes partes do quebra-cabeças se relacionam entre si."
Pode-se descobrir qual é a atitude do estudante através da resposta à seguinte pergunta: "O que a escola significa para você?" Se ele responder coisas como: "Nada", ou "Não sei", ou "Lá eu vejo meus amigos" , ou "Eu tenho que freqüentá-la", isso demonstra que ele vê a escola como algo sem sentido. Na melhor das hipóteses, ele se obriga a fazer as tarefas que lhe são impostas. A escola não é nada interessante. Se ele disser: "A escola é chata, eu a odeio!", ou "Os professores implicam comigo", ou alguma variação disso, a escola significa um problema de comportamento após o outro. Se a resposta for alguma variação de: "É o lugar onde vou para aprender coisas novas", então a escola tem um significado positivo e será algo interessante.
Um dos níveis em que a atitude e o significado realmente fazem a diferença, é a faculdade. Muitas vezes, os estudantes se matriculam na faculdade porque é isso que se espera deles, ou porque querem ter um nível superior. No entanto, muitas vezes, eles ainda não sabem o que desejam de uma profissão ou carreira. Eles ainda não imaginaram o que desejam fazer de suas próprias vidas. Quando isso acontece, muitas vezes o trabalho do curso não terá sentido para eles. Por isso, eles devem forçar a si próprios a estudar. Se ainda não aprenderam boas estratégias de aprendizado, o trabalho mais complexo do curso será ainda mais difícil para eles do que foi nos níveis inferiores. Isso, juntamente com a falta de sentido dos cursos, torna a faculdade uma experiência muito frustrante. Acrescente-se a essa frustração a experiência dos estudantes que começam a viver independentes pela primeira vez, e isso muitas vezes torna sua vida social muito mais tentadora do que o estudo. Suas notas caem ainda mais rapidamente. Aí, eles começam a pensar que a faculdade não é para eles. Quando eu recebo um desses estudantes para conversar, eu procuro eliciar sua Pergunta Virtual. Essa Pergunta Virtual é uma pergunta inconsciente que define quem eles são e qual é sua finalidade de estar aqui no planeta terra. Ela define a vida deles e o que REALMENTE importa para eles. Uma vez conhecendo sua Pergunta Virtual, eles podem escolher carreiras e tomar outras decisões importantes, para encontrar uma resposta a essa Pergunta Virtual.
Outro fenômeno interessante que encontro quando trabalho com estudantes e seus pais, é a idéia de que eles gostam, ou não gostam, de determinadas matérias. A maneira como eles falam sobre elas faz parecer que isso é uma lei natural ou genética. Eles fazem comentários como: "Eu gosto de Inglês e de História." Adivinhe em que matérias eles se saem bem? Gostar ou não de uma matéria é uma questão de percepção – e a percepção pode ser mudada. Pense nas vezes, em sua vida, que você mudou a percepção de alguma coisa. Pode ter sido por influência de um professor, ou pela maneira como um amigo explicou o assunto, ou você descobriu um aspecto do assunto que captou o seu interesse. Um dos fatores que influencia fortemente o gostar ou não de uma matéria é a maneira como nós pensamos SOBRE ela. Se nós pensamos de uma maneira negativa, geralmente não vamos gostar dela porque ela não fará sentido para nós. Se tivermos uma forma boa ou útil de pensar sobre ela, então nós gostaremos dela, porque vemos sua finalidade.
Eu fui professor de matemática. Assim sendo, sempre tive interesse em saber porque alguns alunos gostam de matemática e outros não. Até agora, encontrei quatro causas fundamentais dos problemas dos alunos em relação à matemática. São as seguintes:
  1. Eles não têm o conhecimento dos fatos matemáticos de maneira que os mesmos lhes sejam automáticos. Os fatos matemáticos são somar, subtrair, multiplicar e dividir os números de 0-9 ( ex.: 8x7=56, ou 9+6=15, ou 63:7=9). Ao invés desses fatos serem automáticos, muitos estudantes têm estratégias para computar tais respostas. Essas estratégias irão atrasá-los no futuro, quando estiverem lidando com problemas mais complexos.
  2. Eles não conhecem a terminologia da matemática de forma que possam compreender o professor ou a leitura do livro.
  3. Eles não têm uma estratégia para aprender matemática.
  4. Eles não tem uma maneira positiva de pensar sobre matemática, que ative seu interesse e motivação.
Vamos discutir as primeiras três causas na próxima seção. A última está muito relacionada com esta seção. Muitas vezes, quando pergunto a um aluno: "Em sua opinião, o que a matemática estuda?", recebo respostas que vão desde um "Eu não sei", até "Serve para controlar meu talão de cheques" ou "Serve para que eu possa fazer trocos." Nenhuma dessas respostas é inspiradora ou motivadora. Nem ajudaria a dar sentido a 99% da matemática.
Eu ofereço a eles a minha versão: "Matemática é o estudo da manipulação dos números e letras para resolver problemas do mundo, que envolvam quantidades. Os números e as letras são medidas de quantidades." Então, eu lhes dou muitos exemplos de problemas, começando no primeiro grau e indo além. Por exemplo: "No primeiro ano, você aprende a manipular os números, somando-os. Assim, você resolve problemas como "Você tem 5 maçãs e o seu amigo tem 4. Quantas maçãs vocês têm, juntos?" Mais tarde, na quinta série, você aprende que existem frações, aprende a somar, subtrair, multiplicar e dividir frações. Depois, você aprende a solucionar problemas como ‘Sua mãe fez dois bolos para o dia de Ação de Graças, uma torta de maçã e uma de cereja. Sobrou ½ torta de maçã e 1/3 da torta de cereja. Que quantidade de torta sobrou?’ Em Álgebra, você aprende a usar fórmulas para resolver problemas como: ‘O Sr. Smith, proprietário da Smith Wholesale Clothes, desejava celebrar a chegada do ano 2000 com uma liquidação de 20%. Se ele tivesse uma camisa que originalmente vendia por $45, qual seria o preço de venda? O estudo da matemática continua assim, praticamente durante todo o tempo de escola."
Don A. Blackerby, Ph.D. é o fundador de SUCCESS SKILLS em Oklahoma City. Ele foi professor de matemática e diretor de escola, e fundou a SUCCESS SKILLS em 1981, a fim de focalizar o uso da Programação Neurolingüística (PNL) para ajudar os alunos com dificuldades na escola. Em 1996, ele escreveu um livro, Rediscover the Joy of Learning, no qual descreve suas estratégias e processos baseados na PNL, para ajudar os alunos com problemas, inclusive aqueles que sofrem da Desordem da Deficiência de Atenção (ADD). Ele pode ser contatado de várias maneiras. Seu endereço : SUCCESS SKILLS, P.O.Box 42631, Oklahoma City, OK 73123 USA. E-mail: info@nlpok.com. Site: www.nlpok.com
Trad. Hélia Cadore
Publicado na revista Anchor Point  de setembro 2000.



MAGNA DE OLIVEIRA MELO- NEUROEDUCADORA- 
TEL. CONS.  23098243

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