O aprendizado das emoções para uma criança depende muito da
educação, tanto a escolar quanto a familiar. Muitos pais ou
professores não têm o hábito de levar em consideração o sentimento das crianças, alguns simplesmente ignoram-os ou não lhes é dada a atenção devida.
Alguns
pais e professores podem ser muito rigorosos
com os filhos, muitas vezes brigam ou gritam com as crianças quando elas tentam lhes
dizer algo. Este tipo de atitude pode desenvolver um sentimento de medo, hostilidade,
inferioridade, rejeição ou inadequação.
Quando os pais reagem ignorando a criança ou
dizendo para ela não aborrecê-los, tal comportamento contribuirá para que a criança venha a
se tornar agressiva, tímida e a construir um auto-conceito fraco. Se ela tiver
oportunidade de suprir sua carência e inflar seu ego, reagirá com um comportamento
que desperte para si toda a atenção. A reação pode
ocorrer de várias maneiras, podendo a criança tomar atitudes inadequadas ou
desajustadas. Um exemplo seria ela fazer o oposto do que os pais lhes pedem só para obterem atenção. Contraditório? Mesmo que a criança seja repreendida,
de alguma forma terá obtido a atenção que buscava, que é a sua intenção positiva por trás do seu comportamento.
Ainda é possível ocorrer de a criança procurar preencher sua carência na
escola, provocando os colegas e até mesmo muitas vezes sendo agressiva.
Esta criança
começará a perceber suas ações como uma atitude normal, evitando expressar seus
sentimentos reais e não se permitindo avaliar como realmente é.
É importante tentar entender por que a
criança teve determinadas atitudes. Saber o porquê da agressão ao seu
colega, por exemplo, ou o que ela estava sentindo quando se comportou de tal maneira.
Quase
nunca é dada à criança, seja em casa ou na escola, a oportunidade de expressar e
entender o que sente em relação às atitudes tomadas, fazendo-a aprender a direcionar melhor os seus sentimentos.
“As crianças que não sabem expressar bem suas emoções sentem-se
constantemente frustradas” (Goleman, 1995, p.135).
O comportamento dos pais ou responsáveis influenciam diretamente
na formação da auto-estima de uma criança, contribuindo para que ela avalie suas experiências e elabore seu auto-conceito. As
percepções que terá dela mesma baseiam-se em como tais percepções foram
construídas e passam a influenciar diretamente tudo
na vida da criança. Portanto, uma criança que é educada sem ser considerada ou tratada com agressividade, poderá ser uma pessoa cruel
ou agressiva, pois tende a reproduzir o modelo que vivenciou, introjetando tal
modelo nela mesma, tendendo a decodificar estas reações como coisa natural.
Quando os adultos respeitam os
sentimentos da criança e conversam com elas a respeito destes sentimentos,
sejam eles positivos ou negativos, cujo na neuroeducação chamamos de produtivos e improdutivos, ocorre um fortalecimento da auto-estima da
criança, o que faz com que se ela se sinta valorizada, dando-lhe a oportunidade
de identificar e reforçar os sentimentos positivos.
Para exigir da criança ou do adolescente atitudes
coerentes é preciso que eles saibam o conceito de tais coisas e também precisam saber o que
realmente será cobrado e exigido deles. Muitas vezes nós adultos dissemos a
eles apenas o que não se pode fazer, não esclarecendo aquilo que lhes é
permitido fazer. Persistem na atitude errada porque não lhes foram ensinadas as
opções corretas. Eles não terão outro caminho a não ser repetir o que já
sabem fazer, mesmo que não seja o adequado. É preciso que os conceitos sejam
construídos e desenvolvidos em cada criança.
O aprendizado emocional na família e na escola
torna-se crucial para que as crianças aprendam
a lidar com suas próprias frustrações e medos, assim
como a gostar de si mesmas, compreendendo o outro como um ser humano com
direitos iguais aos seus.
A criança deve aprender desde pequena a
necessidade de ter compaixão, para que não venha a se tornar cruel no seu julgamento
e para que não crie rejeições aos sentimentos de outras crianças.
Observar como as pessoas de autoridade (pai, mãe, professores) reagem à outra que
está com problemas, ajuda a criança na construção e no desenvolvimento da
empatia e da compaixão.
Quanto mais a criança tiver conhecimento acerca
de seus sentimentos e quanto mais se
autoconhecer, mais capaz será de entender os sentimentos dos outros colegas.
Colocar-se no lugar do outro tem um principio ético de moralidade. Para possibilitar
a reflexão sobre os sentimentos do outro deve haver aprendizado. A criança aprende
o que vivencia e o que experimenta. É crucial a importância de “ensinar” amor,
respeito e regras.
Goleman relata uma pesquisa que mostra que bebês
nascem solidários a outros bebês, reagindo como se os outros fossem eles mesmos.
Por volta de um ano de idade, a criança percebe que o sofrimento do outro não é
o dele. Com mais ou menos dois anos e
meio, percebem que o sentimento do outro é totalmente diferente do seu. Isto
nos leva a pensar que, a partir daí, faz-se necessário que a criança aprenda a como
reagir em relação à diversidade emocional que o cerca.
Para isso a criança deve ser ensinada a lidar como os seus sentimentos desde
cedo, assim como a perceber a diferença de funcionamento entre os seres
humanos, como pensam, como sentem e como agem.
É importante ensinar e dizer o porquê de cada
atitude que a da criança deve tomar, bem como explicar-lhe as causas e as
conseqüências dos seus atos. A criança precisa de referências que a orientem
com relação à maneira adequada de agir durante as várias etapas de sua vida. Sem estas referências acabam
repetindo as atitudes utilizadas em experiências anteriores. Se a criança não
aprende regras, não saberá qual o comportamento adequado escolher e continuará reforçando
a experiência de referência, até que lhe seja oferecida uma oportunidade de
reconstrução da estrutura lógica do seu sistema emocional.
A escola deve se lançar ao desafio de uma educação também na
área emocional, a fim de ajudar a desenvolver em cada aluno os princípios dos
valores morais e éticos, ensinando-lhe a ter sentimentos positivos sobre si
mesmo e sobre os outros e a reconhecer suas emoções, incentivando-o a
expressá-las, a fazer-se entender, criando-lhe responsabilidade sobre seus atos.
Para Celso Antunes (2005), alfabetizar emocionalmente é produzir experimentos
através de jogos e estratégias vivenciadas que agucem as funções cerebrais do
aluno e abasteçam sua memória com informações prontas para serem usadas, caso
pretenda fazê-lo. Crianças ou adolescentes devem aprender como podem expressar
suas emoções e saber que existem escolhas. As emoções negativas também possuem
significados a serem levados em
conta. Nem sempre ficar com raiva é ruim, mas ficar sempre com raiva pode fazer com que a vida seja muito improdutiva.
Goleman (1996) sugere usar os sinais de trânsito. Sinal vermelho: é o alerta para se acalmar e pensar antes de agir. Sinal amarelo: para dizer qual é o
problema e como a pessoa se sente, estabelecendo metas positivas, pensando em
todas as soluções e prevendo suas conseqüências. Sinal verde: para seguir em frente e tentar o melhor plano.
Segundo
Antunes (2005), um professor que vai
trabalhar com as emoções dos alunos deve entender suas próprias emoções e ser
capaz de expressá-las, para que possa conduzir com eficiência esta importante
missão. Deve ensinar aos alunos a serem responsáveis pelo sucesso ou não de
suas ações; ajudá-los a construir uma variedade de circuitos neurais que
garantam uma percepção mais útil das emoções, trazendo ao nível da consciência
estratégias, noções e idéias, refinando, assim, seu modelo de experiências
emocionais, para que não se tornem um conjunto de explosões e impulsos
descontrolados. Durante a infância e adolescência
devem ser criados hábitos de autocontrole emocional para que tenham registradas
em seus circuitos neurais experiências emocionalmente equilibradas para uma
vida adulta saudável e produtiva.
É importante
proporcionar às crianças mais confiança, tornando suas escolhas mais
produtivas, principalmente quando precisam mobilizar ações de emergência, que é
quando a reação emocional controla as ações. Um aprimorado modelo de referências
emocionais será, portanto, extremamente útil.
Goleman (1996) diz que as emoções são sentimentos que se expressam em impulsos em grande intensidade, gerando idéias, condutas,
ações e reações. Quando as emoções são
equilibradas e bem-direcionadas, transformam-se
em sentimentos elevados e sublimes, que, no futuro se
tornarão em virtudes.
Olá, Magna! Tudo bem?
ResponderExcluirEstou conhecendo seu blog hoje e fiquei encantada com seu trabalho.
Iniciei recentemente a realizar atendimentos psicopedagógicos e ficaria muito contente se você conhecesse meu trabalho!
www.comoeuaprendo.blogspot.com.br
Um abraço!
oi Bruna, seja bem vinda. Vou conhecer o seu trabalho sim, pode contar comigo.
ResponderExcluirum abraço.