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quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Como controlo as minhas emoções?

É  importante saber lidar com os proprios sentimentos, uma pessoa que sabe controlar seus próprios sentimentos vai se sair bem em qualquer situação, mas as pessoas que não dominam suas emoções podem ser prejudicadas em muitas áreas da vida. Se a pessoa  não conseguir ter um relacionamento harmonioso com outras pessoas, devido a falta de um ajuste emocional, provavelmente terá problemas na vida pessoal e também na vida profissional, não importando o seu Q.I..

Todos os nossos sentimentos são derivações da tristeza, do medo, da alegria ou da raiva que são os sentimentos mais fortes que temos, é muito bom  reconhecê-los em nós. Para ter controle das emoções faz-se necessário este  reconhecimento dos próprios sentimentos assim como  de outros.

Às vezes pensamos que se conseguíssemos ter controle emocional seria muito bom, mas não é tão simples, não é verdade? Vamos imaginar uma situação comum hoje em dia. Uma pessoa está dirigindo seu carro atrasada e irritada. Acaba levando uma fechada e fica vontade de brigar com o suposto culpado, mas ela  consegue se controlar e não briga. Você  acha que ela tem controle emocional porque não explodiu? Infelizmente na verdade  ela  controlou apenas a sua reação,  reprimiu a raiva que sentia, , ou seja, não conseguiu utilizá-la e nem modificá-la de modo produtivo e acabou guardando tal emoção e fingindo que não a sentiu.
O que aconteceu então?

Esta pessoa foi controlada por sua emoção porque houve neste caso certamente uma incongruência entre o que ela expressou e o que ela estava sentindo naquela hora. Se ficasse  reclamando  também teria tido  uso inadequado da sua emoção, pois este tipode  reclamação limita escolher as melhores ações porque faz com que a pessoa não veja uma alternativa.

Mas o quer dizer então controlar-se?

Tenho que expressar tudo e por pra fora o que sinto, mesmo ferindo ou magoando outras pessoas?         

As explosões  deveriam ser evitadas, por outro lado ao suprimir uma emoção  dará a ela a liberdade de se manifestar como quer, onde quer, ou seja, pode haver uma somatização para emoções reprimidas, gerando fortes reações sensoriais, desencadeando doenças psicossomáticas, como problemas de saúde e problemas mentais que podem resultar em violência, agressividade, uso de drogas, que também podem resultar em delinqüência, abandono e agressões a crianças, desemprego, evasão escolar, brigas de trânsito, violência doméstica entre tantos outros prejuízos emocionais. Deve ser feito, portanto uma ressignificação, ou seja, elaborar uma nova interpretação sobre o sentimento a fim de evitar as emoções reprimidas, e ao dar um novo significado para elas, as explosões serão evitadas naturalmente.

Pagamos um preço alto por este analfabetismo emocional, que muitas vezes podem resultar nestas conseqüências desastrosas. Muitos problemas podem evitados com um uso mais adequado das emoções.

Infelizmente nem sempre é percebido como pode-se ter uma escolha emocional e a tendência é continuar cada vez mais presos a emoções que não geram nenhuma produtividade para os objetivos pessoais.

Mas o que é escolher a emoção mais correta e como sei quais são as corretas?

Muitas vezes os sentimentos que não são facilmente identificados. Sabe-se se é bom ou ruim, mas há uma incapacidade de descrevê-los ou nomeá-los, ter emoções e nem saber o que é, e achar que tudo que acontece é incontrolável, achar que é “seu jeito de ser” e simplesmente não conseguir modificar.

Para escolher e poder estar no controle a primeira regra é conhecer a estrutura das “próprias” emoções, tudo o que sente, como e quando sente, assim como o porque e qual comportamento tem quando manifestam-se estes sentimentos. Observar as emoções que trazem benefícios e quais te trazem apatias (inércia) ou pior, desastres emocionais para si e para outra pessoa. Não é considerado normal descarregar um sentimento ruim em alguém e não se dar conta do que é e porque fez isto, deve ser capaz de entender porque sente certas coisas e porque tem comportamentos inadequados, quando não os deseja. O impulso de culpar outras pessoas por seus sentimentos certamente é uma reação equivocada. Os estados emocionais não são fatores externos, mas sim o que acontece dentro de cada pessoa.

Torna-se mais fácil mudar o comportamento que temos frente ao problema quando se sabe qual é a estrutura dos sentimentos. Para isso é importante refletir sobre o assunto querer ver as opções que tem. Entender-se a si mesmo, suas ações e reações. Quanto mais você se conhece, mais entende suas necessidades. Quanto mais elaborada a referência de emoção, mais adequada e mais opções emocionais construídas com a razão vai ter, assim torna mais claro o controle emocional.

 “Planos emocionais representam um acréscimo maravilhoso no automatismo emocional, permitindo que sejamos atores emocionais, não reatores” (LeDoux, 2001, p.162).


Muitos dos problemas emocionais são traumas causados por situações sofridas, ou seja, qualquer lembrança da experiência em questão pode dar a sensação de que a situação se manifesta novamente.

Quando a pessoa não consegue fazer sozinha a mudança no sistema emocional e este limita sua qualidade de vida, causando um total descontrole emocional, deve procurar ajuda a fim de não perder parte da vida tendo emoções que não servem para nada ou pior podendo prejudicar sua vida e a de outros. Pois é dever de cada uma ajudar o seu cérebro a construir as conexões sinapticas mais adequadas para que as emoções sejam as mais produtivas possíveis.

Qualquer problema emocional, mesmo os mais intensos podem ser reformulados.  Uma das maneiras de tratar isto é reviver a situação em um momento que a pessoa esteja com emoção adequada. Se ela tiver um trauma muito profundo que gera a sensação de inviabilidade, ainda assim poderá ser ressignificado e uma vez refeita a história, a pessoa não tem mais a sensação anterior, pois houve uma intervenção em suas programações neurológicas, ou seja, houve uma neuroeducação.

Magna de Oliveira Melo

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