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sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Memória- base, holográfica....

O que é memória holográfica? Como é formada?

A memória e a aprendizagem são as bases para todos os conhecimentos, habilidades intelectuais e mentais, e planejamentos.

Por que ela falha quando mais precisamos dela?

A memória pode alterar o seu funcionamento devido a variados fatores como distúrbios cerebrais, neurais, danos no hipocampo, estresse, falta de sono, entre outros.

Como estimulá-la?

E o mais importante: como estimular os alunos a obterem os benefícios das informações e conteúdos e armazená-los na memória de longo prazo?

Essas perguntas dos processos mnemônicos e outras são as bases deste capítulo que fornece explicações e processos facilitadores para se ter não uma memória, mas sim um HD de arquivo.

Magna Oliveira Melo

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quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Como controlo as minhas emoções?

É  importante saber lidar com os proprios sentimentos, uma pessoa que sabe controlar seus próprios sentimentos vai se sair bem em qualquer situação, mas as pessoas que não dominam suas emoções podem ser prejudicadas em muitas áreas da vida. Se a pessoa  não conseguir ter um relacionamento harmonioso com outras pessoas, devido a falta de um ajuste emocional, provavelmente terá problemas na vida pessoal e também na vida profissional, não importando o seu Q.I..

Todos os nossos sentimentos são derivações da tristeza, do medo, da alegria ou da raiva que são os sentimentos mais fortes que temos, é muito bom  reconhecê-los em nós. Para ter controle das emoções faz-se necessário este  reconhecimento dos próprios sentimentos assim como  de outros.

Às vezes pensamos que se conseguíssemos ter controle emocional seria muito bom, mas não é tão simples, não é verdade? Vamos imaginar uma situação comum hoje em dia. Uma pessoa está dirigindo seu carro atrasada e irritada. Acaba levando uma fechada e fica vontade de brigar com o suposto culpado, mas ela  consegue se controlar e não briga. Você  acha que ela tem controle emocional porque não explodiu? Infelizmente na verdade  ela  controlou apenas a sua reação,  reprimiu a raiva que sentia, , ou seja, não conseguiu utilizá-la e nem modificá-la de modo produtivo e acabou guardando tal emoção e fingindo que não a sentiu.
O que aconteceu então?

Esta pessoa foi controlada por sua emoção porque houve neste caso certamente uma incongruência entre o que ela expressou e o que ela estava sentindo naquela hora. Se ficasse  reclamando  também teria tido  uso inadequado da sua emoção, pois este tipode  reclamação limita escolher as melhores ações porque faz com que a pessoa não veja uma alternativa.

Mas o quer dizer então controlar-se?

Tenho que expressar tudo e por pra fora o que sinto, mesmo ferindo ou magoando outras pessoas?         

As explosões  deveriam ser evitadas, por outro lado ao suprimir uma emoção  dará a ela a liberdade de se manifestar como quer, onde quer, ou seja, pode haver uma somatização para emoções reprimidas, gerando fortes reações sensoriais, desencadeando doenças psicossomáticas, como problemas de saúde e problemas mentais que podem resultar em violência, agressividade, uso de drogas, que também podem resultar em delinqüência, abandono e agressões a crianças, desemprego, evasão escolar, brigas de trânsito, violência doméstica entre tantos outros prejuízos emocionais. Deve ser feito, portanto uma ressignificação, ou seja, elaborar uma nova interpretação sobre o sentimento a fim de evitar as emoções reprimidas, e ao dar um novo significado para elas, as explosões serão evitadas naturalmente.

Pagamos um preço alto por este analfabetismo emocional, que muitas vezes podem resultar nestas conseqüências desastrosas. Muitos problemas podem evitados com um uso mais adequado das emoções.

Infelizmente nem sempre é percebido como pode-se ter uma escolha emocional e a tendência é continuar cada vez mais presos a emoções que não geram nenhuma produtividade para os objetivos pessoais.

Mas o que é escolher a emoção mais correta e como sei quais são as corretas?

Muitas vezes os sentimentos que não são facilmente identificados. Sabe-se se é bom ou ruim, mas há uma incapacidade de descrevê-los ou nomeá-los, ter emoções e nem saber o que é, e achar que tudo que acontece é incontrolável, achar que é “seu jeito de ser” e simplesmente não conseguir modificar.

Para escolher e poder estar no controle a primeira regra é conhecer a estrutura das “próprias” emoções, tudo o que sente, como e quando sente, assim como o porque e qual comportamento tem quando manifestam-se estes sentimentos. Observar as emoções que trazem benefícios e quais te trazem apatias (inércia) ou pior, desastres emocionais para si e para outra pessoa. Não é considerado normal descarregar um sentimento ruim em alguém e não se dar conta do que é e porque fez isto, deve ser capaz de entender porque sente certas coisas e porque tem comportamentos inadequados, quando não os deseja. O impulso de culpar outras pessoas por seus sentimentos certamente é uma reação equivocada. Os estados emocionais não são fatores externos, mas sim o que acontece dentro de cada pessoa.

Torna-se mais fácil mudar o comportamento que temos frente ao problema quando se sabe qual é a estrutura dos sentimentos. Para isso é importante refletir sobre o assunto querer ver as opções que tem. Entender-se a si mesmo, suas ações e reações. Quanto mais você se conhece, mais entende suas necessidades. Quanto mais elaborada a referência de emoção, mais adequada e mais opções emocionais construídas com a razão vai ter, assim torna mais claro o controle emocional.

 “Planos emocionais representam um acréscimo maravilhoso no automatismo emocional, permitindo que sejamos atores emocionais, não reatores” (LeDoux, 2001, p.162).


Muitos dos problemas emocionais são traumas causados por situações sofridas, ou seja, qualquer lembrança da experiência em questão pode dar a sensação de que a situação se manifesta novamente.

Quando a pessoa não consegue fazer sozinha a mudança no sistema emocional e este limita sua qualidade de vida, causando um total descontrole emocional, deve procurar ajuda a fim de não perder parte da vida tendo emoções que não servem para nada ou pior podendo prejudicar sua vida e a de outros. Pois é dever de cada uma ajudar o seu cérebro a construir as conexões sinapticas mais adequadas para que as emoções sejam as mais produtivas possíveis.

Qualquer problema emocional, mesmo os mais intensos podem ser reformulados.  Uma das maneiras de tratar isto é reviver a situação em um momento que a pessoa esteja com emoção adequada. Se ela tiver um trauma muito profundo que gera a sensação de inviabilidade, ainda assim poderá ser ressignificado e uma vez refeita a história, a pessoa não tem mais a sensação anterior, pois houve uma intervenção em suas programações neurológicas, ou seja, houve uma neuroeducação.

Magna de Oliveira Melo

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Como o professor deve falar para o aluno entender?

       

Porque muitas vezes não entendemos o que uma pessoa está dizendo? Ou até presumimos o que ela vai dizer mesmo antes dele terminar de dizer?  Por que tendemos a  concluir com nossas palavras o que  deixou de ser especificado?
Muitas vezes, tem-se dificuldade em entender o que o outro está querendo dizer com o seu modelo de comunicação, já que tal modelo está sendo expresso em uma estrutura superficial. É o que se vê no exemplo a seguir:
Um fazendeiro do Texas, ao voltar para casa depois de um discurso político:
Esposa: “Quem fez o discurso?”
Fazendeiro: “O prefeito.”
Esposa: “Sobre o que ele falou.”
Fazendeiro: “Bem, ele não disse.” (CHUNG, 2003, p.218)

            Às vezes o emissor começa a fala do meio para o fim ou do fim para o começo,  presumindo que o receptor já conheça o assunto ou parte dele, quando, na verdade, este lhe é totalmente desconhecido, como, por exemplo: “Estou magoada com ela!” (Ela quem?/ Magoada como?), ou quando usa palavras passíveis de várias interpretações e  ainda quando a pessoa omite ou ignora alguns pedaços do assunto. É necessário recuperar esses dados da informação, principalmente se o vocabulário do emissor for muito restrito.
Para entender o conteúdo linguístico das palavras que o emissor está usando,  deve-se tomar o cuidado de recuperar a estrutura profunda da linguagem utilizada por ele, ou seja, o conteúdo da mensagem, a representação total do seu significado. Caso contrário, o receptor poderá interpretar conforme o seu próprio conteúdo linguístico que pode diferir da experiência do emissor.

Um estudante de aviação estava fazendo seu primeiro voo solo. Ao ligar o rádio para receber as instruções a torre de controle perguntou: “Você poderia nos dá sua altitude e posição?”
O piloto disse: “Tenho um 1,70m e estou sentado na frente.” (CHUNG, 2003, p.218)

Bandler e Grinder (1996), os criadores da programação neurolinguística, afirmam que a estrutura mais profunda são as mais completas representações linguísticas da experiência de uma pessoa. As palavras que usamos para descrever uma experiência não são a experiência. São apenas a melhor representação verbal que podemos apresentar. Assim, uma das medidas de sucesso para uma boa comunicação é como nossas palavras podem transmitir com cuidado e precisão o que queremos.
Quando estamos no papel de emissor, devemos tomar o cuidado de falar exatamente o que queremos dizer e usar palavras que sejam acessíveis ao conteúdo do receptor da mensagem a quem nos dirigimos e que, por meio dos seus cinco sentidos, seja possível que ele tenha uma representação próxima da nossa. É necessário saber então que as palavras obrigatoriamente devem ser muito bem escolhidas, e isso não significa usar muitas palavras, mas usar boas palavras, procurando sempre levar em consideração a representação interna do receptor.
Um bom exemplo é o caso ocorrido com um rapaz de 26 anos – hoje bem sucedido, mas que foi criado numa favela, – que reclamava da dificuldade encontrada na escola quando a professora se referia a frutas que não conhecia, tais como maçã, pera, pêssego.
Esse tipo de falha de comunicação ocorre muito em sala de aula, quando muitas vezes o professor fala levando em conta apenas sua representação de realidade.
Outro exemplo é o caso acontecido com o aluno que, diante de um problema em que tinha que calcular o perímetro do rodapé de uma sala, não conseguia resolvê-lo. O professor presumiu que a criança não tinha adquirido a noção de perímetro e começou a explicar novamente o assunto; porém o aluno perguntou: “Professor o que é rodapé?”.
Ou ainda um aluno do 5º ano fazendo uma prova em que o texto trazia a seguinte informação: “Uma velhinha que sabia andar de lambreta, passava todo dia pela frente da alfândega com um bruto saco atrás da lambreta. O pessoal da alfândega, tudo malandro velho, começou a desconfiar da velhinha.”. A questão relativa ao texto foi: “O que o autor quis dizer com tudo 'malandro velho'?”. Grande parte dos alunos não entendeu a questão, pois, além de desconhecimento desse tipo de gíria, havia a necessidade de compreender antes o significado da palavra “alfândega”.
A pessoa deve se comunicar com clareza se pretende ser capaz de dar informações aos outros, assim como uma pessoa também  deve se comunicar com clareza se deseja conseguir de outras as  informações de que necessita.
Bandler e Grinder (1977) desenvolveram um instrumento chamado metamodelo de linguagem, a magia transformacional dentro das pessoas. Usando as palavras,  é possível promover mudanças dentro delas, porque vão ser feitas as perguntas certas. Ao responder às perguntas, a própria resposta já faz a transformação. Então a arte de fazer boas perguntas é fundamental para a excelência da comunicação. Esta descoberta se deu na observação do trabalho de alguns terapeutas, entre eles, Frits Pearls, Milton Erickson e Virgínia Satir. Todos tinham uma grande capacidade de comunicação, precisão e eficiência na qualidade de obter respostas que mudavam o modelo da percepção dos seus clientes.
O metamodelo de linguagem é uma forma de comunicação que possibilita compreender o significado que determinada palavra tem para uma pessoa. Este modelo linguístico específico identifica se há distorção, processo mental pelo qual algo dentro da experiência interior é representado de maneira incorreta e limitadora; generalização, processo mental pelo qual uma experiência específica passa a representar toda uma classe de experiências;  ou eliminação,  processo mental através do qual excluímos, omitimos dados ou informações de uma experiência. De acordo com BANDLER e GRINDER (1996, p.70), “são as três características mais comum a todos os processos humanos de  modelagem”. 
Este modelo é usado para conseguir obter uma comunicação que consiste integralmente em uma frase bem estruturada, que intervém na comunicação linguística que se está usando para especificar o conteúdo. Utiliza-se este modelo para poder resgatar e construir uma representação interna a respeito do que se está falando e para que se tenha uma construção muito próxima da do emissor, ou seja, da sua representação interna. Por exemplo: Um aluno de 15 anos, cursando 1º ano do Ensino Médio, queixa-se de dificuldade de fazer amigos, refletindo numa dificuldade de aprender.

professora: O que exatamente está te incomodando?
aluno: Eu não tenho amigos na escola, ninguém gosta de mim. (ninguém indica generalização).
professora:  Ninguém??!!!Como você sabe disso?
aluno: Eu sei , eu vejo no jeito dos colegas. (uma generalização, em que o jovem do caso pressupõe saber o que o outro sente).
professora: como você sabe o que o outro pensa ou sente? Você poderia me explicar melhor.
aluno:  Bom, eu é que acho.
professora: Observe, pois, da mesma forma que você gosta das pessoas, eles gostam de você.

Magna O. Melo
Saiba mais no livro Neuroeducação para educadores.